A greve nos Correios está afetando as entregas no comércio eletrônico. Do lado dos lojistas virtuais, é dificil explicar para seus consumidores que os produtos estão sendo entregues com atraso por conta da greve. A ABComm recomenda as empresas: Total Express, eGollog, Delivera, Directlog, Azul e TAM, entre outras.
Resposta dos Correios:
A respeito de matéria veiculada nesta quarta-feira (12/02/2014), pelo Jornal Hoje da Rede Globo, os Correios esclarecem que mais de 95% do efetivo dos Correios do Brasil não aderiu à paralisação — o equivalente a cerca de 120 mil trabalhadores. Todas as agências estão abertas e todos os serviços, inclusive o SEDEX, estão disponíveis — com exceção dos serviços de entrega com hora marcada em algumas localidades.
Os Correios reafirmam que não haverá nenhuma alteração no atual plano de saúde dos trabalhadores, o CorreiosSaúde. Nenhuma mensalidade será cobrada, os dependentes regularmente cadastrados serão mantidos e o plano de saúde não será privatizado. Todas as condições vigentes do CorreiosSaúde serão mantidas, os percentuais de co-participação não serão alterados e os trabalhadores dos Correios não terão custos adicionais. Desde o início de janeiro, o plano CorreiosSaúde, que atende os empregados da ECT e seus dependentes, passou a ser operado pela Postal Saúde, registrada na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com política e diretrizes definidas pela ECT. As regras do plano não foram alteradas.
Confira as perguntas do Jornal Hoje e as respostas do presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira.
PERGUNTA: Quais são os serviços dos Correios que foram atingidos pela greve e em quais Estados?
RESPOSTA: Não temos serviços atingidos porque a greve é parcial, pequena e estamos entregando praticamente todos os serviços que oferecemos à população, com exceção dos serviços que nós chamamos de hora certa, hora marcada.
PERGUNTA: Em quais Estados o movimento grevista é mais forte?
Rio Grande do Sul, Bahia*, Pernambuco e Ceará. Mesmo assim, nesses Estados também a greve é parcial e pequena.
PERGUNTA: O senhor poderia explicar o que é o serviço hora marcada?
RESPOSTA: O Sedex Hoje, Sedex 10 E Sedex 12. Nesses 13 Estados, não podemos garantir a entrega no horário em que nos comprometemos. De São Paulo para São Paulo, de Belo Horizonte pra Belo Horizonte, isso não está sendo afetado porque a greve ou é muito pequena, como é o caso de Belo Horizonte, ou não existe, como é o caso de São Paulo. Mas o Sedex 12 e o Sedex 10, não estamos aceitando. A pessoa que quer mandar uma encomenda, ser sem hora marcada. Pode ser um Sedex, por exemplo, que tem mais prazo.
PERGUNTA: Do efetivo total dos Correios no País, quantos são os grevistas e a que percentual isso corresponde?
RESPOSTA: São 5.800 grevistas, o que representa 5% do total do efetivo. Uma greve muito pequena mesmo nos Estados onde ela foi deflagrada.
PERGUNTA: Esses 5% dos Estados que têm movimento grevista?
RESPOSTA: Não, do País todo. Dos 13 Estados em que foi deflagrada a greve, são 5 mil carteiros, o que representa 23% dos carteiros desses 13 estados.
PERGUNTA: Na última segunda-feira, o dado que tenho aqui era de que 23,6% dos carteiros estavam em greve nos 13 estados. A situação continua a mesma?
RESPOSTA: Continua a mesma.
PERGUNTA: Qual é o percentual de atraso nas entregas dos Correios em decorrência da greve?
RESPOSTA: Estamos garantindo a entrega de 88% da carga dos Estados atingidos, portanto só 12% da carga dos Estados atingidos é que está tendo algum atraso, mesmo assim pequeno, pois nós estamos fazendo mutirões nos finais de semana.
PERGUNTA: Mas a greve em alguns Estados, mesmo que em parte, em algumas cidades desses Estados, pode prejudicar também a entrega em outros Estados que não têm movimento grevista?
RESPOSTA: Pode minimamente, porque a grande parte das pessoas que estão em greve, dos 5.800 em greve, 5.000 são carteiros. Portanto o atendimento está normal, em todas as agências do Brasil todo, a distribuição, a remessa da carga para outros Estados também está normal e portanto é muito pequeno o prejuízo em outras regiões do País.
PERGUNTA: Quais são as orientações dos Correios aos clientes durante a greve?
RESPOSTA: Que aguardem em suas casas. O atraso pode acontecer e lamentamos isso. Estamos entregando, na maioria do Brasil, no horário combinado, no horário que sempre nos propusemos a entregar. Nos Estados em que tem greve, pode ter um ou outro atraso, mas estamos trabalhando para evitar maiores transtornos à população. Entendemos que é uma greve sem motivação clara. O benefício que reivindicam é garantido aos trabalhadores.
PERGUNTA: Qual a posição dos Correios em relação às reivindicações dos grevistas?
RESPOSTA: Entendemos que as reivindicações dessas entidades de representação desses poucos grevistas são infundadas. Temos um benefício de plano de saúde muito bom para todos os trabalhadores, que não foi alterado. O que nós mudamos foi a gestão do plano de saúde, para uma autogestão, aprovada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, agência que regula a saúde suplementar no Brasil. O que nós queremos simplesmente é fazer com que essa gestão seja mais útil, mais rápida e mais efetiva, com menores custos para todos nós trabalhadores e garantindo melhores benefícios para a empresa, que é quem custeia a gestão operacional do plano.
PERGUNTA: O que vai mudar para o trabalhador?
RESPOSTA: Absolutamente nada. Vai melhorar, na verdade. Nos benefícios, não muda nada. No atendimento, agiliza o atendimento. Passamos a ter uma carteira que é eletrônica, que o trabalhador vai direto ao médico, à clínica fazer seu exame, sem ter que fazer guias, como se fazia antes, um serviço que era, digamos assim, muito atrasado e que a gente atualizou. Procurou dar, inclusive, maior conforto para todos os nossos trabalhadores e seus dependentes.
PERGUNTA: O sindicato diz que vai ser cobrada num futuro próximo uma taxa de mensalidade. Isso procede?
RESPOSTA: Não procede essa afirmação do sindicato. Os benefícios estão garantidos conforme eram garantidos até dezembro, quando a gente passou para uma caixa de autogestão aprovada pela ANS.
PERGUNTA: Inclusive existe um acórdão no TST que prevê que qualquer mudança tem que ser negociada.
RESPOSTA: Exatamente. Tem um acórdão do Tribunal Superior do Trabalho que nós estamos respeitando. A gestão compete aos Correios. O benefício não pode ser mudado, a não ser em caso de negociação entre a empresa e representação dos trabalhadores.
PERGUNTA: O sindicato em Minas diz que os Correios estão descumprindo o acórdão do TST. Hoje ninguém paga nada pelo plano de saúde, somente co-participação de exames, consultas e procedimentos e que está escrito no site da empresa que vão começar a pagar mensalidade.
RESPOSTA: Não é verdade. Como eu tenho dito, a garantia do benefício está preservada. Da maneira que o trabalhador e seus dependentes usavam o benefício do plano de saúde, o CorreiosSaúde, continuará sendo com a Postal Saúde. Não há mudança do benefício. É exatamente o mesmo plano para todos os nossos trabalhadores e seus dependentes.