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Não existe mudança sem choque de cultura: Como a IA vem transformando o mundo corporativo

Por: Felipe Dellacqua – CMSO na Infracommerce

 

Um dado apresentado por um colega de mercado, me chamou a atenção para um viés do uso de inteligência artificial que não está no centro do holofote, mas nas bordas dos debates que envolvem essa tecnologia. Aplicando a IA na cultura da empresa como um todo e utilizando agentes inteligentes, na forma de um squad virtual multidisciplinar resolvendo problemas do dia a dia e o aconselhando nas tomadas de decisão, o Sócio da StartSe viu os custos com o time terem uma redução significativa em pouco tempo.

Mas, como isso foi possível? Somente a tecnologia trouxe essa otimização de investimento ou a mão humana, operando o prompt de comando, que fez a diferença na hora de fechar as contas do mês?

Todos esses questionamentos me vieram à mente no momento em que ele mostrou esse indicador. Mas, logo em seguida, foi apresentado que o foco no uso da IA em todos os níveis hierárquicos, inclusive com incentivos financeiros semanais, foi a grande virada de chave para que a inteligência artificial trouxesse produtividade para tarefas diárias, e rentabilidade ao final de cada ciclo.

Ok, este é um cenário em que a aplicação de IA na cultura organizacional gerou resultados mais do que expressivos. Então, porque ainda há tanta trava na busca de eficiência operacional, tendo a inteligência artificial como aliada? É aqui que reforço o título deste artigo: Não existe mudança sem choque de cultura. Primeiro, vem o espanto pelo novo, o medo de que as máquinas dominem o mundo, para depois entender que a tecnologia é um braço que pode escalar o modelo de negócio, a partir da experiência e do olhar humano.

Tudo o que temos de ferramenta de trabalho, até mesmo a IA, é uma criação humana. Logo, a força braçal de carne e osso sempre estará presente, talvez em um número reduzido por conta da automatização de processos proporcionada pelos algoritmos, mas ainda estará lá, sendo tocada por especialistas que vem acompanhando as mudanças do empreendedorismo moderno.

Panorama do uso de IA nas empresas

Quero, aqui, trazer alguns outros dados de mercado que tem refletido a preocupação dos executivos e donos de negócio em fazer da IA um membro permanente de suas equipes.

No final de 2023, uma pesquisa da PwC destacou que a maioria dos CEOs brasileiros enxergava que a IA generativa traria impactos positivos nos próximos 12 meses, ou seja, ao longo deste ano de 2024. Para 63%, o principal motivo seria o aumento da eficiência dos colaboradores, enquanto 40% acreditava no impulsionamento da produtividade empresarial, e outros 15% visaram o ganho de receita.

Neste ano, a Global CEO Survey 2024, também da PwC, mostrou que os líderes de empresas nacionais reconhecem a importância de desenvolver estratégias de IA generativa para antecipar uma crise existencial acelerada, o que vai de encontro com o cerne da cultura corporativa.

A IBM também divulgou recentemente que 67% das empresas da América Latina, incluindo Brasil. Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México, já tem a IA implementada no quadro de ferramentas. A nível mundial, este índice chega apenas a 59%.

Outro dado interessante foi colocado à luz em uma pesquisa da Microsoft, que destacou os impactos da IA na produtividade. Nela, 91% das empresas responderam que a inteligência artificial contribui para a qualidade das entregas, 90% disseram que a satisfação do cliente é o foco e 88% associaram a tecnologia ao engajamento do time. Além disso, quase metade dos executivos olha para as funcionalidades de IA na hora da contratação, priorizando também o treinamento dos funcionários para utilizar o recurso no dia a dia.

Cultura empresarial moderna e IA não se descolam mais

Veja, cada nova tendência de mercado tende a criar atritos assim que “explode” e cai nas rodas de conversa, desde os corredores das empresas até às salas de reuniões do alto escalão. Porém, somente com um time engajado, guiado por líderes que bebem da fonte da evolução e buscam meios de tornar cada estratégia mais rentável e assertiva, é que a mudança da cultura empresarial tradicional para uma cultura da IA pode ser colocada em prática.

Este é um assunto que ainda há muito a ser discutido, testado, implementado e colocado à prova em cada nicho de mercado. O fato é que, como disse Andrew Ng, cientista da computação e cofundador do Google Brain, a inteligência artificial é a eletricidade do século XXI, não há como fugir disso, e, quem estiver remando na direção contrária, é provável que se perca em meio às ondas da estagnação, ou pior, do naufrágio da saúde financeira e corporativa.