O que o setor de e-commerce promete para 2014?
Por Felipe Morais*
Fazer previsões malucas sobre o que vai acontecer em alguns meses pode ser um grande tiro no pé. No entanto, para um mercado com enorme potencial como o e-commerce essas previsões não ficam tão longe do que realmente pode acontecer, afinal, estamos passando por um momento de amadurecimento do mercado. Podemos prever alguns pontos para 2014 que já não são novidades, apenas vão ganhar força, corpo e serem decisivos para elevar as vendas, que é o grande objetivo de qualquer ação para e-commerce.
O mobile vai ganhar ainda mais poder, afinal, o mercado de smartphones tem duplicado de tamanho ano após ano e é o objeto mais desejado para as classes C e D. Segundo uma pesquisa, as classes mais baixas tendem a trocar seus celulares por smartphones em até 6 meses, algo que já vem acontecendo há algum tempo. A compra de tablets está ficando mais fácil, pois concorrentes do iPad, o desejado mais caro, estão surgindo a preços mais competitivos. A mobilidade trará o conceito de geolocalização mais presente para os usuários, veremos promoções que começam no digital, mas podem ser compradas na loja física.
A tendência é essa integração entre canais que pode, inclusive, diminuir os Showrommers, – assunto que já tem sido muito discutido – são pessoas que pesquisam na loja física e compram online, entre outros motivos, porque têm a percepção – muitas vezes comprovada – da loja online ser mais barata. Perde-se em vendas físicas, mas ganha-se no digital. Observamos que marcas já estão procurando por uma plataforma para administrar isso.
Uma outra tendência que podemos analisar são os grandes e-commerces assumindo operações menores, dessa forma, os pequenos varejos serão vendidos dentro dos grandes, através dos marketplaces ou whitelabels. O grande varejista cuida de toda a operação e o pequeno apenas recebe uma parte das vendas por ceder a sua marca e produtos. Os custos para os pequenos é praticamente zero e isso pode ser um grande impulso nas vendas, afinal, um varejo de bairro terá produtos à disposição do mundo todo.
Em época de web 2.0, fechar os olhos para as Redes Sociais, em especial para o Facebook, é um grande erro,. O mercado ainda não chegou a uma fórmula para ampliar vendas no canal. Algumas práticas como promoções exclusivas, atrelar conteúdo à venda, vídeos, imagens, descontos progressivos com ações de fãs podem ser um caminho. Acredito que veremos estas ações em 2014. Estima-se que o mercado de moda seja um grande player para alavancar o uso das Redes Sociais como potencial de vendas, mas sempre destaco que Redes Sociais são, em primeiro lugar, relacionamento. É isso que as pessoas buscam lá e é dessa forma que as empresas vão ampliar as suas vendas.
Afiliados estão sendo úteis para blogueiros, que ganham dinheiro vendendo produtos de diversas lojas, atrelando, até, seus posts com os produtos que vendem. Este é mais um exemplo de como conseguem agregar valor ao produto mediante a forma de uso, dicas, curiosidades, comparativos e explicações detalhadas. Programas de “indique um amigo e ganha pontos” serão potencializados e farão com que as pessoas se engajem ainda mais com as lojas, pois serão efetivamente remuneradas para isso. Preparados?
*Felipe Morais é Diretor de Novas Mídias na ABComm, da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).