Será que perdemos a bússola? – Abcomm – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico
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MERCADO DIGITAL

Será que perdemos a bússola?

Será que perdemos a bússola?

Brasil e mundo, dia 04 de Outubro de 2021, o almoço de muitos acabou acompanhado de uma sobremesa repleta de indigestão de negócios

*Por Rodrigo Bandeira, Vice-presidente da ABComm.

A instabilidade ocorrida principalmente no aplicativo de troca de mensagens WhatsApp, no dia 4 de outubro, abortou a comunicação de micros e gigantes empresas no Brasil e no mundo. Com a ferramenta institucionalizada como um dos principais canais, ou o principal canal de comunicação com clientes, empresas viram seu diálogo com o consumidor parar bruscamente, tendo pouco a fazer para o momento.

Em 2020, a escalada complicada do Covid-19 no Brasil obrigou empresários de portes diferentes a fecharem as portas, por meses e migrar, do dia para a noite, seus canais de venda, para outras direções. O WhatsApp foi uma das soluções imediatas encontradas, ajudou e ajuda ainda muitos “CNPJs” a se manterem vivos e respirando diante do ápice da doença no ano passado e atualmente em ritmo ainda lento de retomada econômica. Em tempos de necessidades ultrassônicas o aplicativo foi a saída para milhares de negócios.

Ocorre que uma parte dos empreendedores e empresas parou na “página 2” dessa metamorfose digital. Satisfeitos em se comunicar pelo WhatsApp, utilizando-o como canal de vendas, não progrediram para outras etapas da vida digital e muitos nem mesmo colocaram sites de venda no ar, até hoje.

Sim, foram muitos. O Brasil teve cerca de 160 mil novas lojas virtuais surgiram no curtíssimo espaço de 365 dias do ano de 2020. Um marco para o Comércio Eletrônico no Brasil que, ano após ano, sempre acumulou crescimentos na ordem dos 20% ou mais e viu diante dos olhos, um salto para a casa dos incríveis 68%.

No Comércio Eletrônico brasileiro, existiam canais de atendimento ao consumidor tradicional, como telefone e e-mail. Adicionamos a esse coletivo de formas de contato, o conhecido chat antes pilotado por pessoas de carne e osso, hoje robotizado e chegamos a era do WhatsApp. Tudo de forma automática com menus que, a cada interação, enumeram possibilidades de acordo com a sua necessidade e da mesma forma que facilita a vida dos mais novos e inteirados com a tecnologia, dificulta a comunicação dos mais velhos, ainda pouco habituados a menus e soluções robotizadas.

E agora? Como ficamos quando aquele que parecia nosso salvador e ao mesmo tempo ocupa o papel de algoz, diante da enxurrada diária de mensagens, nos abandona completamente por algumas horas? A migração para concorrentes com soluções semelhantes de comunicação não é tarefa simples e enfrenta suas dores com uma virada brusca de seguidores, em “modo multidão”, buscando seus serviços, ocasionando lentidão e em erros para o usuário. A velha e rudimentar comunicação por SMS, até então somente utilizada para confirmações de segurança, checagem e

por propagandas disparadas aos milhares para um curtíssimo número de alvos atingidos também opera de forma deficiente com demora ou erro na entrega de mensagens. O rei de todos, o velho e bom telefonema sofreu. Ligações tiveram falhas na transmissão de voz e nem sequer completaram. Essa foi a realidade da fatídica tarde de 4 de outubro de 2021.

Para o simples usuário do meio de comunicação fica um vazio e uma sensação estranha de que cortaram a linha telefônica, e que a noite do dia 4 de outubro foi de solidão. Para empresários de qualquer tamanho, das grandes corporações aos micro empreendedores fica a dor de lembrar da máxima de que não podemos colocar todos os ovos em uma única cesta, pois em tempos modernos o problema não é mais a queda e consequente quebra e sim o não envio da foto, dos mesmos, bem dispostos em uma cesta, prontinhos para a venda.

 

*Rodrigo Bandeira é Vice-presidente da ABComm, associação que fomenta o e-commerce com conhecimentos relevantes e auxilia na criação de políticas públicas para o setor

 

Sobre ABComm

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) surgiu para fomentar o e-commerce com conhecimentos relevantes e auxiliar na criação de políticas públicas para o setor. A associação reúne representantes de lojas virtuais e prestadores de serviços nas áreas de tecnologia, mídia e meios de pagamento, atuando frente às instituições governamentais, em prol da evolução do mercado. A entidade sem fins lucrativos é presidida por Mauricio Salvador e conta com diretorias específicas criadas para aprofundar discussões, entre elas: Omnichannel; Relações Governamentais; Mídias Digitais; Relações Internacionais; Meios de Pagamento; Capacitação; Desenvolvimento Tecnológico; Empreendedorismo e Startups; Jurídica; Métricas e Inteligência de Mercado; Crimes Eletrônicos; e Marketing. Para mais informações, acesse: www.abcomm.org

 

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